Os contos de fadas sempre me fascinaram. Minha mãe foi uma boa
contadora de histórias e isso de certa forma contribuiu para que eu me tornasse
uma leitora voraz desde a mais tenra idade.
O conto “Rapunzel” sempre despertou meu interesse... Tanto que o poema que eu posto
na sequência foi escrito na minha adolescência. Relendo-o percebo algo que
transcende as palavras escritas a lápis em uma página amarelada pelo tempo, provavelmente extraída
de algum caderno escolar.
Através dele, eu entro em contato com a adolescente que fui (e que ainda mora nos porões da minha psique). Percebo agora, que ali naquele momento e fazia um pacto comigo mesma.
O Conto “Rapunzel” abriu para mim, sem que eu tivesse consciência, portais para universo
dos arquétipos*. Talvez naquele momento eu tenha me conectado com a “alma” de toda a minha ancestralidade feminina.
Anos depois, tornei-me uma “cuidadora de almas”, psicoterapeuta e analista
junguiana e criei o Projeto “Era uma vez... Histórias pra gente acordar”. São
oficinas baseadas em contos de fadas, que funcionam como ferramentas de auto
reconhecimento.
Utilizei muitos contos nas oficinas, mas não Rapunzel. Talvez até porque eu ainda estivesse trilhando o caminho dela. Com um “animus”** perambulando
cego pelas florestas do inconsciente.
Mas algo mudou. Enquanto eu preparava o lançamento do Blog, o desejo de
compartilhar Rapunzel bateu forte e junto com ele a inspiração para
transforma-la na próxima oficina do projeto.
Compartilho então com os leitores e leitoras o poema Rapunzel. Um pacto
que uma adolescente fez com a vida: ser responsável por si mesma.
RAPUNZEL
Oh! Rapunzel sem tranças
Presa na torre de vidro
Da solidão coletiva.
Não veio príncipe nem nada...?
Sequer uma bruxa malvada,
Pra lhe fazer companhia?
Então Rapunzel-menina,
Inventa outra escada!
Foge da torre que a vida,
Não vai lhe esperar parada.
Monta seu próprio cavalo.
Seja sua própria heroína!
Irene Carmo Pimenta
Notas:
Arquétipo: Do grego: “cunhagem original”. Imagens primordiais que se
originam de uma constante repetição de uma mesma experiência durante muitas
gerações. São formas sem conteúdo próprio que servem para organizar e canalizar
material psicológico.
Pra explicar um arquétipo tendemos a usar expressões como: “é como
se...”
Animus: A personificação da natureza masculina do inconsciente da
mulher.
Para mais informações sobre o "Projeto Era uma vez..." e as datas das próximas oficinas entre em contato através do e-mail contato@oficinadeconsciencia.com.br ou através do site www.oficinadeconsciencia.com.br
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